Dia do Homem: 60% não buscam apoio psicológico

Psicanalistas Maria Homem e Contardo Calligaris analisam a construção histórica da identidade masculina no livro "Coisa de menino?" 

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Foto/Divulgação

Dia do Homem: Diante das transformações políticas e culturais vividas nas últimas décadas, que conceitos definem o masculino? A questão é fundamental para o debate realizado pelos psicanalistas Maria Homem e Contardo Calligaris no lançamento Coisa de menino? Uma conversa sobre masculinidade, sexualidade, misoginia e paternidade. Publicada pela Papirus 7 Mares, a obra chega ao público após o falecimento de Calligaris, em 2021. 

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O livro é uma resposta à repercussão de Coisa de menina? Uma conversa sobre gênero, sexualidade, maternidade e feminismo, em que os autores exploram as questões que envolvem o ser mulher. Coisa de menino? segue a proposta da primeira parceria, com capítulos temáticos que apresentam um diálogo entre os especialistas. Eles refletem sobre os elementos que compõem a masculinidade – a relação com o próprio corpo, as expectativas maternas, as fantasias de heroísmo, entre outros – e como esses aspectos entram em contato com as mudanças de paradigma sobre gênero e sexualidade das últimas décadas.  

Compartilhando a experiência clínica e trazendo fatos históricos, assim como referências literárias e filosóficas, os autores abordam a dificuldade dos homens em lidar com o desejo – próprio e dos outros – e a idealização que projetam sobre si. Também pontuam como isso pode estar por trás do machismo e da misoginia que ainda permanecem em nossa sociedade.  

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O homem nunca vai dar a chance para a mulher descobrir que ele é um pouco distante da figura idealizada que ele mesmo imagina e que propõe como amável aos olhos do mundo, de si mesmo e da amada. (Coisa de menino?, p. 73) 

Em um diálogo fluido e provocador, os prestigiados psicanalistas apresentam um panorama sobre o papel do masculino ao longo dos séculos e as possibilidades atuais de repensá-lo em um formato menos limitante para ambos os gêneros. Com perguntas e respostas tão complexas quanto instigantes, os autores apontam a necessidade urgente de rever os modelos que definem os homens e possíveis caminhos que promovam olhares mais amplos sobre pertencimento e o relacionamento entre as pessoas.  

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