Rosewood SP expõe “A Conversa Infinita” de Virgílio Neto

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Mostra de Virgílio Neto reúne 30 obras inéditas na Galeria Filomena; aberta ao público até 1 de setembro

Com o compromisso de celebrar e reconhecer os valores da arte e da criatividade nacionais, e além disso, refletir o conceito A Sense of Place® do Rosewood Hotels & Resorts — no qual cada propriedade se inspira em elementos típicos da identidade local —, o Rosewood São Paulo recebe a exposição “A Conversa Infinita”, do artista visual Virgílio Neto, que também assina a arte nas paredes do foyer do Bela Vista, espaço carinhosamente conhecido como Casa da Vovó. Com curadoria de Marc Pottier, a mostra reúne 30 peças inéditas instaladas na Galeria Filomena e estará aberta ao público até 1º de setembro.

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Por sua vez, Virgílio estrutura suas composições como campos de convivência entre elementos diversos, criando camadas narrativas e poéticas infinitas. Além disso, as palavras e frases que permeiam seus desenhos funcionam como dispositivos de evocação narrativa — expressões abertas que permitem ao espectador construir suas próprias histórias a partir do vínculo entre texto e imagem.

“O meu trabalho é um diálogo permanente com o imaginário e as tantas coisas que cruzam o meu dia a dia: minhas viagens, o que leio, o que vejo. A partir disso foi escolhido o nome A Conversa Infinita, inspirado pelo livro homônimo do filósofo francês Maurice Blanchot (1907–2003)”, conta Virgílio.

“Para minhas obras, crio diferentes percursos e possibilidades de interpretações. Elas não são fechadas e não possuem interpretação única, cada pessoa vai percorrer um caminho ali dentro e ter uma percepção diferente”, completa.

Residência no Japão inspira novas obras e integração de objetos na arte de Virgílio Neto

A residência artística que Virgílio acaba de realizar no Japão abriu novas possibilidades em sua pesquisa, especialmente no desejo de trabalhar com objetos — como os pratos que agora integra à sua prática.

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“É a primeira vez que faço obras assim e fui muito inspirado pelo que vi no Japão. As obras mais impressionantes estavam em objetos como quimonos e potes de cerâmica, então tentei trazer isso para essa exposição. Como eu queria trazer a identidade brasileira para as obras, escolhi trabalhar com gamelas, que são pratos de madeira usados para diferentes finalidades aqui no país, e criar pequenos cenários em cada uma delas”, explica o artista.

Segundo ele, os japoneses não dissociam arte e pensamento estético da vida cotidiana. Sua concepção de paisagem difere profundamente da “paisagem-janela” da tradição europeia. A fluidez do nanquim, o uso do vazio e a perspectiva não linear são elementos recorrentes em algumas das obras expostas na Galeria Filomena. Essas características revelam influências estéticas orientais e uma busca por equilíbrio entre o gesto espontâneo e a construção delicada da imagem. Ademais, percebe-se eco da tradição poética visual japonesa, que valoriza o espaço em branco e a harmonia entre imagem e palavra nas composições. Essa influência incentivou o artista a incluir versos e citações diretamente nas obras, criando diálogos entre arte visual e literatura de maneira sutil.

“O Virgílio é um artista que faz parte do acervo permanente do Rosewood São Paulo, com um mural no restaurante Bela Vista, e apresentar a maior exposição da história dele em São Paulo na Galeria Filomena reflete nossa parceria contínua com o artista e nosso compromisso com a arte nacional”, afirma o curador Marc Pottier.

A exposição “A Conversa Infinita” apresenta 12 desenhos em papel, 3 pinturas em tela, 3 pinturas sobre painel de madeira e cerca de 10 pratos, nos quais Virgílio utilizou diversos materiais como grafite, acrílica, aquarela e nanquim.

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Mais exposições no Rosewood São Paulo

Além da Galeria Filomena, a propriedade possui outros dois espaços centrais para receber obras e exposições. A White Box recebe até o dia 4 de agosto a mostra “Poty, o Narrador”, um recorte da coleção de mais de quatro mil obras. As peças são do ilustrador e pertencem ao acervo do Museu Oscar Niemeyer, localizado em Curitiba, no Paraná, com obras de diversos períodos da carreira. Além disso, Juliane Fuganti assina a curadoria da exposição em parceria com Marc Pottier, e juntos reúnem obras emblemáticas e marcantes da trajetória artística. A mostra propõe uma leitura sensível da produção de Poty, destacando sua capacidade narrativa e seu vínculo com a cultura brasileira e o espaço urbano.

Entre as obras, estão em exibição 33 pinturas e gravuras, além de duas esculturas com inspiração indígena, com temáticas ligadas à ancestralidade e cultura originária. O artista produziu essas esculturas a partir das experiências vividas durante o período em que morou no Parque Indígena do Xingu, no centro-oeste brasileiro. Ademais, sua vivência de seis meses no local influenciou diretamente a criação dessas peças, refletindo as tradições e o convívio com os povos indígenas. Também estão disponíveis óculos 3D, oferecendo ao público uma imersão mais intensa no universo criativo do artista e em sua relação com o espaço urbano. A tecnologia torna possível visualizar murais produzidos ao longo da carreira, muitos dos quais estão integrados à arquitetura de cidades brasileiras e espaços públicos. Desse modo, há destaque especial para os trabalhos realizados em Curitiba, capital paranaense, onde o artista deixou uma marca profunda na paisagem cultural.

Saint Clair Cemin transforma jardim em experiência sensorial com esculturas híbridas

Já no exuberante jardim Selva, no Le Jardin, está em cartaz a exposição de Saint Clair Cemin, em parceria com as galerias Bolsa de Arte e Almeida & Dale. A mostra reúne uma seleção de obras criadas em diferentes momentos da carreira do artista, revelando a diversidade de linguagens e materiais explorados ao longo do tempo. Além disso, a exposição propõe uma interação poética entre arte e natureza, convidando o visitante a experimentar as esculturas de forma sensorial e contemplativa.

Com isso, o espaço se transforma em um ambiente de descoberta, onde o contato com a obra se dá em meio ao verde e à atmosfera do jardim. O artista plástico brasileiro é reconhecido internacionalmente por suas formas escultóricas híbridas que transitam entre o figurativo e o abstrato. Suas esculturas singulares, conhecidas por fundirem o orgânico e o onírico, estarão expostas até o dia 14 de setembro deste ano.

Rosewood SP expõe “A Conversa Infinita” de Virgílio Neto

Fotos: Luma Sanches e Ana Pigosso

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