O The Town, em seu segundo dia de festival, transformou a Cidade da Música em um verdadeiro templo do punk e do rock. Com 90 mil pessoas presentes, o evento celebrou a energia do gênero, com shows de bandas e artistas icônicos no Palco Skyline e The One. A noite foi coroada com a performance explosiva do Green Day e o retorno triunfal de Iggy Pop ao Brasil.
O punk rock dominou o visual do público, que desde a abertura dos portões usava jaquetas de couro, camisas de banda e muito preto. O clima de celebração se estendeu pelos palcos, que receberam os maiores nomes do gênero. O Palco Skyline tremeu com as performances de Green Day, Bad Religion, Bruce Dickinson e Capital Inicial.
O Green Day entregou um show impecável. A banda foi acompanhada por um mar de vozes que cantavam em uníssono todos os seus grandes sucessos, além de interagir com a plateia e se envolver em uma bandeira do Brasil. A atriz Amanda Carvalho Martins, de 35 anos, de São Paulo, que já viu o Green Day outras duas vezes, incluindo no Rock in Rio em 2022, celebrou a experiência. “O Billie Joe é um dos frontman mais carismáticos que eu conheço. O show do Green Day sempre entrega muito”, disse a atriz.
O show histórico do Bad Religion, um dos pioneiros do punk californiano, foi um dos momentos mais arrebatadores da noite. O grupo, que foi confirmado no line-up nesta semana, agitou o público com clássicos como “21st Century” e “American Jesus”, reforçando sua relevância de mais de quatro décadas.
O vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, também trouxe sua potência ao Skyline, em um show de sua carreira solo. A assistente social Silvia Marina Pedrosa, de 56 anos, estava na grade para acompanhar a apresentação. “Sou uma mulher surda, mas reconheço as músicas do Maiden ou o Bruce Dickinson só pelas vibrações e pela leitura labial da boca dele no palco. Virei fã lá pelos 14, 15 anos, o Iron foi minha primeira banda de rock”, contou Silvia, que também disse ter assistido ao Iron Maiden no Rock in Rio de 1985. A noite do Skyline começou com o Capital Inicial reforçando a força do rock nacional com hits como “Natasha” e “Primeiros Erros”.
O retorno da lenda
No Palco The One, o público ovacionou o retorno de Iggy Pop ao Brasil. A lenda do punk, aos 78 anos, provou que sua energia é inabalável. O artista se jogou no palco e entoou clássicos como “The Passenger” e “I Wanna Be Your Dog”, levando o público ao delírio.
O palco também recebeu grandes nomes do rock nacional: Pitty, CPM 22 e a dupla Supla & Inocentes. A cantora Pitty emocionou a plateia ao deixar o público cantar “Na Sua Estante” em coro. A profissional de administração Letícia Fernanda Silva Brito, de 26 anos, que veio ao festival com o pai, o projetista Vladimir Brito, de 56 anos, revelou: “A Pitty é a artista que mais quero ver, é especial para mim”.
Diversidade e autenticidade marcam a noite
A energia se espalhou por todos os outros palcos do festival. O Factory abriu espaço para a diversidade sonora com shows do Tihuana, Buhr, Ready to Be Hated e The Mönic. O Quebrada celebrou a cena periférica com apresentações do trio mineiro Black Pantera e da dupla Punho de Mahin & MC Taya, além de mais uma edição da Batalha da Aldeia. O São Paulo Square se transformou em um clube de jazz a céu aberto com shows de Kamasi Washington, Orquestra Mundana Refugi, The Square Big Band e Clariana. Para fechar a noite, o duo Cat Dealers assumiu o The Tower Experience com um setlist de música eletrônica.
