Não é de hoje que a . Basta lembrar das camisas de time da Balenciaga de 2020, das peças retrô de marcas como Umbro e Kappa que ganharam status de item de colecionador, ou da recente campanha da Dior com um dos reis da bola, Kylian Mbappé. Em 2025, esse namoro continua firme: labels se associam a clubes em plena temporada da Copa do Mundo de Clubes da FIFA para marcar presença nos pés, nas malas e nos feeds de atletas, torcedores, fashionistas e sneakerheads ao redor do mundo.
Mbappé para Dior.
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Mas se o vínculo entre moda e futebol carrega memória e linguagem, ele também movimenta cifras consideráveis. Estima-se que, só em 2025, o setor global de artigos esportivos ultrapasse os 700 bilhões de dólares, com o futebol ocupando uma fatia expressiva desse total. O patrocínio esportivo, por sua vez, deve saltar para US$ 160 bilhões até o fim da década, segundo levantamento da consultoria estadunidense PwC. Nesse cenário, a entrada de marcas de moda é uma forma de disputar atenção em um dos espaços mais influentes da cultura contemporânea.
Mais do que tendência, o futebol é plataforma. Existe ali um universo visual carregado de significado, feito de símbolos, emoções e memórias coletivas, que a moda já não pode mais ignorar. De ternos sob medida a chuteiras com monograma, as colaborações entre moda e futebol revelam o quanto o esporte também é imagem, estilo e expressão. A seguir, reunimos cinco parcerias que mostram como a moda vem ocupando esse espaço:
Louis Vuitton x Real Madrid
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O Real Madrid sempre soube como capitalizar o peso do próprio nome. Em vez de apostar em uma nova camisa de jogo, o clube espanhol resolveu sofisticar um momento comum na rotina esportiva: as viagens. A parceria com a apresenta looks de alfaiataria pensados para deslocamentos e compromissos oficiais das equipes de futebol (masculina e feminina) e do time de basquete. São peças exclusivas, feitas sob medida pelo estúdio masculino da Maison, sob direção criativa de Pharrell Williams – desenvolvidas apenas para os atletas e não disponibilizadas ao público.
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A colaboração segue uma lógica diferente das tradicionais parcerias entre moda e esporte. Aqui, o foco não é o torcedor-consumidor, mas a construção de imagem. O uniforme de viagem vira peça de estratégia visual, pensado para circular entre aeroportos, coletivas e feeds oficiais. Um jeito silencioso, mas muito bem calculado, de reafirmar o quanto moda e futebol podem operar como construção de imagem.
KidSuper x Palmeiras
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Se o futebol brasileiro é pura emoção, a colaboração entre KidSuper e Palmeiras acerta em transformar essa intensidade em narrativa visual. Criado em parceria com a Puma para a Copa do Mundo de Clubes 2025, o novo uniforme revisita a conquista do Mundial de 1951 com uma combinação de dourado, grafismos em folha e uma estética que mistura o barroco à linguagem espontânea da arte contemporânea.
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A escolha por Colm Dillane, o artista por trás da KidSuper, faz sentido. Conhecido por levar o futebol para as passarelas de forma nada literal, ele imprime no uniforme um traço afetivo, quase de memória de infância, que conversa tanto com a história do clube quanto da sua torcida. Ao lado das peças de lifestyle que acompanham o lançamento – como jaquetas reversíveis, camisetas gráficas e camisas retrô –, a coleção reafirma o futebol como espaço de invenção e estilo.
AC Milan x Off-White
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Desde que Virgil Abloh assumiu a missão de borrar as fronteiras entre moda e esporte, a Off-White tem explorado bem esse território. A parceria com o Milan, iniciada em 2022, se consolida em 2025 com o lançamento de um novo uniforme – o primeiro da collab a ser efetivamente usado em campo. A camisa, marcada por grafismos diagonais e frases-manifesto, faz referência a 1963, ano em que o Milan conquistou sua primeira Copa Europeia, e se inspira no clima de otimismo que marcou aquele período histórico.
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A coleção caminha entre o ativismo visual e a construção de imagem. Ao lado do uniforme, aparecem peças como hoodies, camisetas e jaquetas que mantêm o tom de manifesto com uma linguagem sofisticada. A estética é familiar a quem acompanha a trajetória da Off-White, mas ganha novas camadas ao vestir um clube centenário. Não se trata apenas de vestir o Milan, mas de reposicionar o time como um corpo cultural – mais um capítulo relevante no cruzamento entre moda e futebol.
Foxton x Fluminense
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Entre todas as colaborações desta temporada, talvez nenhuma traduza tão bem a ideia de vestir um clube quanto a da Foxton com o Fluminense. A parceria, que chega ao terceiro ano, acompanha o time carioca na viagem para os Estados Unidos com um uniforme de embarque sob medida: terno de alfaiataria flexível, camiseta e tote bag, tudo pensado para o deslocamento e imagem da equipe. Ao contrário das collabs que miram o hype imediato, aqui o movimento é outro: roupas confortáveis e atemporais.
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Além do uniforme oficial, a coleção se desdobra em peças casuais que revisitam a estética retrô do clube com um olhar contemporâneo. Camisas polo com novas modelagens, tricôs leves, regatas gráficas e agasalhos compõem um guarda-roupa que flerta com o streetwear, mas é pensado para permanecer no armário, como as grandes memórias de um time.
Inter Miami x Adidas Gazelle
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Desde que Messi chegou ao Inter Miami, o clube deixou de ser apenas um time promissor da MLS (Major League Soccer) para se tornar um fenômeno cultural. Agora, o novo terceiro uniforme para a temporada 2025, apresentado com o craque como protagonista, veio acompanhado de uma coleção especial da Adidas que reforça essa dimensão extracampo. Entre os itens, uma edição exclusiva do tênis Gazelle, adaptado às cores do clube, chama atenção pelo apelo imediato entre fãs de futebol e de moda.
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A linha traz ainda camiseta, shorts (em versões esportiva e casual) e uma jaqueta varsity, com uma proposta visual enxuta. O rosa e o preto seguem presentes, mas agora em equilíbrio com tons de azul. Mesmo com distribuição limitada (por enquanto fora do Brasil), a coleção posiciona o Inter Miami como um dos poucos clubes que souberam transformar imagem em desejo.
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