Gleuse Ferreira trouxe o lado verde do sertão, cor vista como símbolo de resistência e renascimento, em referência às folhas após a seca. Para o seleto júri do 4º Prêmio Veja SP foi a melhor Ilha de Bem-estar e Lounge dentro do tema Semear Sonhos
A 38ª CASACOR São Paulo entra na reta final e chega aos últimos dias. Desse modo, o público ainda pode visitar o ambiente “Meu Verde, Meu Sertão”, da arquiteta Gleuse Ferreira. Na segunda participação no maior evento latino-americano, ela destacou-se com o ambiente Ilha de Bem-Estar e Lounge. Além disso, venceu o Prêmio VEJA SP de Melhor Ambiente CASACOR, com sua bilheteria consagrada como destaque.
Inspirada por suas referências pessoais, a arquiteta sergipana Gleuse Ferreira projetou a bilheteria da mostra. Assim, criou um espaço acolhedor, preparado para receber visitantes do Brasil e de diversas partes do mundo. À frente de seu escritório homônimo, ela assina o generoso espaço de 89 m² no evento. Além disso, o ambiente recebe o público no Parque da Água Branca, na zona oeste paulistana.
A revelação dos vencedores foi feita na noite de 24 de julho, em um evento no próprio Parque da Água Branca, local da mostra. Essa é a quarta edição do prêmio e para a profissional a vitória representa uma comemoração muito especial:
“Gostaria de agradecer a todos que fizeram parte desse projeto e que visitaram esse ambiente que celebra e exalta o nosso país através da arquitetura e do design”, exalta Gleuse Ferreira.
Com o tema Semear Sonhos, a mostra que encerra sua temporada paulistana em 03 de agosto, aposta em ambientes sensoriais, natureza integrada e tecnologia invisível, requisitos trazidos pela arquiteta para o ambiente que abre o circuito do evento.
O significado do verde para o sertanejo
No processo de resgate emocional, Gleuse revelou sua paixão pelo verde como cor carregada de significado. Ademais, destacou que o verde, muitas vezes visto como esperança, representa uma realidade viva em sua trajetória. Nos sertões nordestinos, o verde ressurge na paisagem depois da esperada chegada da chuva. Com isso, renova-se a natureza, trazendo novo fôlego e esperança à vida dos brasileiros da região.
“Durante uma viagem, tive o privilégio de ver esse sertão repleto de vida e muito diferente do cenário árido que muitos imaginam. Havia cor, movimento e poesia em cada detalhe”, relembra contando que se apaixonou pelo verde muito presente também no Parque da Água Branca.
Mesclando sua trajetória pessoal com elementos da cultura nordestina, Gleuse propõe uma bilheteria que expressa harmonia. Por isso, o espaço une rusticidade e modernidade, mostrando ao visitante como essas referências se entrelaçam com naturalidade. Junto com o mobiliário, ela valorizou a curadoria primorosa entre artistas e artesãos, incluindo sergipanos.
Um living para encontros
A bilheteria, tão convidativa e acalentadora como uma sala de estar, partiu de uma ideia totalmente funcional.
“Muitas pessoas marcam de se encontrar na bilheteria do evento e a composição do ambiente nasceu justamente da ideia de acomodar o visitante enquanto aguarda sua companhia para percorrer a CASACOR”, explica Gleuse Ferreira.
Com mobiliário da Full House, a arquiteta evidenciou formas curvas no sofá Fami e na mesa. Além disso, a mesa foi criada pela designer Roberta Banqueri, premiada no Brasil e no exterior.
“Inclusive, esse generoso sofá denota o nosso desejo de receber o público como uma grande família”, enfatiza a arquiteta.
Na constituição do espaço, o tapete roxo (By Kamy) – tonalidade que Gleuse se apaixonou – entrou em cena para contornar a área na mesma toada das formas orgânicas.






Fotos: Denilson Machado | MCA Estúdio