Epidemia do “Vape” entre Jovens acende alerta médico

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Epidemia silenciosa do “vape” avança no Brasil e acende alerta entre médicos especialistas

O uso de cigarros eletrônicos, ou vape, entre adolescentes e jovens adultos tem crescido de forma alarmante no país, acendendo um sinal de alerta entre médicos. Além disso, preocupa pesquisadores da área respiratória, que alertam para os riscos crescentes à saúde pública e à juventude brasileira. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE/IBGE) revelam que 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram o vape. Assim, acende-se um alerta para autoridades e educadores, que buscam reduzir o acesso e conscientizar sobre os perigos do uso precoce. Entre adolescentes de 16 anos, esse índice sobe para mais de 22%. Essa popularização tem gerado consequências sérias para a saúde da população.

Segundo o médico Marcelo Rabahi, pneumologista do Einstein Goiânia, os dispositivos eletrônicos, muitas vezes vistos erroneamente como alternativa mais segura, podem trazer sérios riscos. Dessa forma, provocam lesões ainda mais perigosas nos pulmões, desmistificando a ideia de que o cigarro eletrônico seja inofensivo para o organismo.

‘‘Isso ocorre porque as partículas inaladas são muito menores do que as do cigarro convencional, o que permite que alcancem mais rapidamente as regiões mais profundas dos pulmões, como os alvéolos”, comenta. 

Além disso, o funcionamento do cigarro eletrônico envolve a vaporização de líquidos a temperaturas extremamente altas. Esse calor elevado, somado à profundidade de penetração das partículas, provoca uma lesão térmica direta no tecido pulmonar. Como os pulmões não possuem sensores de dor ou temperatura, o usuário não percebe que está sendo exposto a uma queima intensa ao inalar. Assim, muitas vezes a exposição é maior do que a gerada pela fumaça da combustão do cigarro tradicional, ampliando os danos respiratórios.

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Segundo Rabahi, médicos têm atendido cada vez mais jovens previamente saudáveis com graves complicações respiratórias, o que evidencia o impacto crescente do uso de cigarros eletrônicos na saúde. Para isso, destaca o aumento de casos de pneumonia associados diretamente ao uso de cigarro eletrônico, exigindo atenção da comunidade médica.

“Esses casos têm características distintas das pneumonias tradicionais e estão associadas à inflamação aguda provocada pela exposição direta aos aerossóis quentes e às substâncias tóxicas presentes nos líquidos usados nos dispositivos”, detalha. 

Diante desse cenário, médicos e famílias devem manter atenção redobrada para sintomas respiratórios agudos, como falta de ar, dor no peito e tosse persistente. Além disso, devem tratar febre em adolescentes e jovens usuários de cigarro eletrônico como sinal de alerta e buscar atendimento especializado imediatamente.

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“É fundamental que profissionais de saúde, educadores e familiares estejam atentos, não apenas para o diagnóstico precoce, mas também para ações preventivas e campanhas de conscientização que combatam o mito de que o cigarro eletrônico é inofensivo”, finaliza.

Epidemia do “Vape” entre Jovens acende alerta médico

Fotos: Divulgação

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