Caiado lança crédito de R$ 800 milhões para empresas e setores

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Iniciativa visa proporcionar crédito empresarial a taxas competitivas, estimulando empresas a investirem em Goiás, especialmente nos setores de data centers, terras raras, linhas de transmissão e bioenergia

Uma alternativa moderna, criativa e que desperta o interesse do mercado nacional. Assim o governador Ronaldo Caiado definiu o Programa de Crédito para o Desenvolvimento de Goiás, lançado nesta terça-feira (5/8), na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. De acordo com Caiado, a medida atrai a confiança do empresariado, que encontra no estado um ambiente favorável para investir e ampliar negócios.

“Nós temos criado, em Goiás, uma política para transmitir aos empresários o nosso potencial, a confiança que podem ter no Estado e nas ações de governo. Goiás oferece segurança jurídica, criou a Lei de Liberdade Econômica, é o terceiro maior produtor de grãos do país, avança com respeito ao meio ambiente e está, cada vez mais, atraindo empresários que entendem as oportunidades daqui”, afirmou.

O fundo de investimento vai ofertar R$ 800 milhões em crédito, a taxas competitivas, para empresas que pretendem injetar capital no Estado. Especialmente nos setores de data centers, terras raras, linhas de transmissão de energia e biogás/biometano, áreas com grande potencial. O programa também contempla segmentos afetados pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, como o agroindustrial.

Caiado definiu o projeto como o “mais criativo” que o Estado já apresentou. Assim, busca garantir que empresários tenham condições de investir em Goiás, especialmente nas áreas com potencial de crescimento. O programa contempla a criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Essa modalidade aplica seu patrimônio em direitos creditórios, ou seja, débitos que empresas têm a receber, fomentando a economia local.

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A taxa de juros será de 10% ao ano, abaixo da média praticada pelo mercado. Os organizadores constituirão o fundo com 50% em créditos de ICMS junto a empresas goianas exportadoras. Além disso, captarão os outros 50% no mercado financeiro para garantir equilíbrio e sustentabilidade ao investimento.

“Essas duas fontes, então, dão uma condição de financiar a menor taxa de juros que se tem no país. Isso mostra que é uma iniciativa moderna, ágil e que, infelizmente, o governo federal não tem essa mesma capacidade de atender”, explicou Caiado.

Essa estratégia não utiliza recursos do Tesouro Estadual, preservando sua estabilidade fiscal.

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“É um mix capaz de passar ao empresário uma taxa de juros competitiva, priorizando aquilo que é interesse do Estado no desenvolvimento de: energia, biometano, abrir espaço para data centers e avançar na parte de exploração e refino de terras raras — já que Goiás é o único estado no Ocidente que tem terras raras pesadas”, mencionou Caiado.

Operação

O evento na B3 marcou o registro oficial do novo fundo, que os investidores poderão negociar nos próximos dias.

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“Goiás está criando várias formas de proteção à economia e à arrecadação. Isso para garantir, também, o equilíbrio fiscal de longo prazo”, informou o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima.

O diretor-executivo do Instituto Mauro Borges (IMB), Erik Figueiredo, detalhou que, como não envolve dinheiro público, todo o processo dispensa licitação.

“O setor privado é quem vai gerir esse fundo. E os projetos que se enquadrem nas áreas que sairão no decreto serão analisados pela estrutura do governo e por quem está emprestando esse dinheiro, que vai avaliar a capacidade de pagamento”, apontou.

“Nós estamos garantindo que o dinheiro, que antes era um mero fluxo, se transforme em estoque e em riqueza no ambiente, no Estado”, resumiu o diretor do IMB.

De acordo com o especialista, Goiás possui hoje o melhor ambiente de negócios do Brasil, devido à sua ampla Lei de Liberdade Econômica. Para ele, “a qualidade da política pública e o fortalecimento do Estado são o que trazem segurança e oportunidade de crescimento”.

O evento na B3 reuniu lideranças do setor econômico, como Rafael Furlanetti, sócio e diretor institucional da XP. Além disso, contou com Mônica Salles Lanna, gerente de Processos Licitatórios da B3, Edwal Portilho, presidente da Adial Goiás, e André Rocha, presidente da Fieg. Também estiveram no lançamento os secretários de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Joel Sant’Anna Braga, e da Economia, Francisco Sérvulo Nogueira.

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Fotos: Hegon Corrêa

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