O La Mamounia acumula premiações e destaca-se mundialmente como um hotel-palácio marroquino de luxo, mantendo alto padrão de excelência em hospitalidade. Diariamente, exerce a arte de bem receber, preservando e valorizando a rica herança cultural do país. Há mais de um século, mantém a diversidade cultural do norte da África em suas práticas de hospitalidade
Em seus domínios, o hotel, conhecido como ‘A grande dama de Marrakech’, acolhe histórias e curiosidades que encantam hóspedes de diferentes épocas. Essas experiências vão muito além do ano em que o hotel foi projetado, 1923, revelando riqueza histórica e cultural ao longo do tempo. Com o passar das décadas, o hotel tornou-se o preferido de chefes de Estado, nobres da realeza e nomes da alta-costura internacional. Ele também conquistou reconhecimento entre profissionais do cinema e do show business, reforçando sua reputação como destino exclusivo e luxuoso. Dessa forma, tornou-se, inclusive, a segunda residência para alguns hóspedes, consolidando sua posição como ícone de sofisticação e prestígio.
De pai para filho
A história do hotel remonta ao século 18 com o sultão alauita Sidi Mohammed Ben Abdallah, que tinha por hábito dar uma propriedade como presente de casamento a cada um de seus filhos. Foi assim que Abdessalam, Mamoun, Moussa e Hassan se tornaram os homônimos dos jardins que receberam do rei. Esses jardins – ou “Arsats” – ainda hoje são conhecidos, mas apenas o Al Mamoun, que pertenceu ao príncipe de mesmo nome, se tornou famoso e inspira o nome do La Mamounia.
Jardins reais
O presente dado ao príncipe Manoun ocupa 15 hectares, aproximadamente 150 mil m², com ampla área para cultivo. Atualmente, 2.500 plantas diferentes, incluindo ornamentais, frutíferas e tubérculos, são cultivadas nesse espaço diversificado. Entre as plantas, existem 21 espécies diferentes de cactos e 22 mil m² de grama cuidadosamente cultivada. Além disso, há uma horta com ervas, temperos e hortaliças utilizadas diariamente nos restaurantes do hotel. É nesse suntuoso jardim que cerca de 30 gatos de estimação passam o dia. Um deles, por sinal, Simba, é o mais conhecido entre os funcionários e os hóspedes.
O preferido de chefes de Estado e nobres da realeza
Sir Winston Churchill, lendário ex-primeiro-ministro do Reino Unido, é apenas um dos muitos nomes de estadistas, príncipes e presidentes que marcaram presença no hotel ao longo dos anos. Churchill era tão habitué que elegeu o La Mamounia como seu endereço de inverno. Por lá, andava de sacada em sacada para observar o sol e melhor captar as cores e reproduzi-las em suas telas (pintava como hobby). Não por acaso, um dos ambientes mais aconchegantes e elegantes do hotel, o Le Churchill, lhe rende homenagem.
A lista ainda inclui os ex-presidentes dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt e Ronald Reagan, da França (Valery Giscard d’Estaing e Jacques Chirac), da África do Sul, Nelson Mandela, a princesa Caroline de Mônaco, o príncipe das Astúrias, a infanta Elena da Espanha e o príncipe Naruhito do Japão.
Queridinho da moda
Estrelas do universo fashion também estiveram no La Mamounia, como Versace, Kenzo, Valentino, Jean Paul Gauthier e, inclusive, Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, sendo que, estes dois últimos, mais de uma vez trocaram suas segundas residências em Marrakech por uma temporada no hotel. Bergé, por sinal, chegou a escrever sobre a icônica propriedade na obra “Uma Paixão Marroquina”: “Uma manhã, acordamos e o sol estava lá. O sol marroquino que vasculha os recantos. Os pássaros cantavam, o Atlas coberto de neve riscava o horizonte, os cheiros de jasmim subiam para o nosso quarto. Aquela manhã nunca a esquecemos, pois, de certa forma, decidiu nosso destino”.
Cenário de cinema
Por diversas vezes o La Mamounia fez as vezes de set de filmagem para conhecidas produções cinematográficas. Jean Tissier filmou “Alerta ao Sul”, com Eric Von Stroheim, em 1953. No local, foram gravados filmes icônicos, como “O Homem que Sabia Demais”, de Alfred Hitchcock, com Doris Day cantando “Whatever Will Be, Will Be”. Mais recentemente, produções como “Rainha do Deserto”, de Werner Herzog, também escolheram o espaço para suas gravações. Em 1955, Charlie Chaplin recebeu calorosa recepção no hotel, assim como outros ícones do cinema mundial. Entre eles estavam Marcello Mastroianni, Claude Lelouch, Jean Jacques Annaud, Oliver Stone, Luc Besson, Francis Ford Coppola e Martin Scorsese.
Outras personalidades do show business continuaram se hospedando no hotel, incluindo Kirk Douglas, Charlton Heston, Yul Brynner, Omar Sharif e Joan Collins. Nicole Kidman, Silvester Stallone, Richard Gere, Susan Sarandon, Tom Cruise e Sharon Stone também marcaram presença nesse local icônico. Kate Winslet, Charles Aznavour, Jean Paul Belmondo, Catherine Deneuve, Alain Delon, Ornella Mutti, Claudia Cardinale e Sophie Marceau seguiram o mesmo caminho. Eva Mendes, Keanu Reeves, Gad El Maleh, Rochdy Zem, Marion Cotillard, Guillaume Canet, Francis Jacob e Hélène De Fougerolle se hospedaram igualmente no hotel.
No compasso da música
Em 1968, com a explosão dos grupos de rock, Marrakech deu as boas-vindas aos Rolling Stones, enquanto o grupo Crosby, de Stills Nash Young, compôs o hit “Marrakech Express”.
Outras estrelas da música também conheceram ahospitalidade do hotel, como Dalida, Barbara Hendrix, Andrea Boccelli, Julio Iglesias, Julien Clerc, Johnny Hallyday e Elton John.
Em uma síntese, o escritor brasileiro Paulo Coelho definiu a experiência de hospedagem: “Um hotel mágico, uma semana de descobertas”. Uma frase curta, mas em plena sintonia com o que registou a atriz mexicana Salma Hayke no Livro de Visitas: “A essência de Marrakech pode ser encontrada no La Mamounia. Magia, beleza, história, natureza e o calor do povo marroquino”.



Fotos: Alan Keohane