Nem pousada boutique, nem glamping, nem hotel tradicional. A OIÁ nunca quis se encaixar nessas definições. Desde que abriu as portas em Santo Amaro, nos Lençóis Maranhenses, a marca de hospitalidade criada pelo TP Group – em parceria com a designer Marina Linhares – aposta em um jeito próprio de receber, unindo design brasileiro, natureza e arquitetura local.
A piscina da pop-up da Oiá em Atins.
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Agora, em sua terceira temporada, o projeto ganha uma versão temporária em Atins, vilarejo conhecido pelo kitesurf e pela mistura de mar, lagoas e areia. A nova pousada pop-up ocupa o espaço da Casa Gota d’Áya entre junho e setembro, com seis bangalôs e uma proposta parecida com a original: conforto discreto, design com sotaque brasileiro e uma programação pensada para quem quer desacelerar de verdade.
Uma das suítes da pousada pop-up.
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“Percebemos que muito do sucesso da OIÁ em 2024 se deve ao nível dos serviços oferecidos, como o sistema all inclusive, dos passeios à gastronomia. Um formato que deu certo, e queremos aprimorar ainda mais”, explica Tomas Perez, CEO do TP Group. “Nesta terceira temporada, os projetos de expansão e novas atividades foram desenhados ouvindo os nossos hóspedes, como o trekking para explorar o parque nacional, um novo bangalô com mais duas suítes e a pop-up de Atins”, continua ele.
Detalhe do décor da Oiá pop-up Atins.
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Se a unidade de Santo Amaro tem atmosfera de retiro – com apenas oito suítes rodeadas por lagoas de água doce e móveis assinados por nomes como Carlos Motta e Jean Gillon –, a edição de Atins aposta em uma adaptação leve e tropical do mesmo espírito. A decoração, mais compacta, mantém o diálogo com o artesanato local, com cerâmicas, palhas e fibras que remetem ao território. “Foi uma busca por materiais e por artistas que refletissem essa mistura potente que é o nosso Brasil”, diz Marina Linhares.
Vista aérea da pousada.
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Alexandre Suplicy
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Entre as atividades disponíveis estão trilhas pelas dunas, passeios de barco pelos igarapés, observação da revoada dos guarás, cavalgadas ao entardecer, além de yoga, pilates, massagens e experiências sob medida. Também é possível simplesmente passar a tarde em silêncio, observando a maré subir.
A sede da Casa Oiá, em Santo Amaro do Maranhão.
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Uma das suítes da hospedaria.
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A novidade vem junto de um novo roteiro lançado pela marca: o OIÁ Trekking, uma travessia de seis dias entre Atins e Santo Amaro, com pernoite em casas de pescadores e caminhadas por dentro do parque. Ao todo, são 27 km percorridos em dois dias, com paradas para banho nas lagoas. “Estar dentro do parque com o céu estrelado é mágico e emociona pela simplicidade”, comenta Perez.
Experiência exclusiva nas lagoas de Lençóis.
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Na Casa OIÁ, o entorno é parte fundamental da experiência, inclusive à mesa. Comandada pela chef paulistana Jessica Ambrosio, a cozinha prioriza ingredientes locais e receitas de base afetiva. “Sou especializada em culinária brasileira e busco valorizar os ingredientes regionais, trazendo esse mosaico maranhense para o cardápio”, explica ela. “O peixe é local, fresquíssimo, e a vinagreira, que é típica da dieta maranhense, aparece em saladas com outro olhar, como no molhinho feito com tarioba defumada, um marisco da região de Travosa”, completa.
A chef Jessica Ambrosio.
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A horta abastece parte dos pratos e drinques, como a caipitica de caju feita com aguardente de mandioca e frutas colhidas na propriedade. No menu atual, aparecem receitas como camarão na pipoca de tapioca, arroz de cuxá e tortinha de maçã com creme inglês de amarula. “Cozinha, para mim, é amor e afeto. Tudo o que faço tem essa mistura do simples com sofisticado, de intuição e feminilidade”, diz Jessica. Pequenas surpresas também fazem parte da experiência: às vezes, um café da manhã ou um jantar é montado sob os cajueiros, entre galhos e luz natural.
Uma das criações de Jessica Ambrosio.
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A sede da antiga Fazenda Boca da Ilha, onde funciona a OIÁ em Santo Amaro, foi reformada respeitando o entorno, com consultoria socioambiental. Toda a operação segue diretrizes sustentáveis: energia solar, gestão de resíduos, uso de insumos da região, incentivo à economia local e contratação de moradores da comunidade.
Alexandre Suplicy
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Nos Lençóis Maranhenses, a paisagem muda o tempo todo. O céu, a luz, o desenho das lagoas, tudo varia ao longo do dia. A OIÁ ocupa Atins por alguns meses, com uma estrutura pequena, voltada para o mar, quando o vento está bom e as lagoas ainda não secaram.
Alexandre Suplicy