Região dos olhos, cílios e sobrancelhas: tudo o que você precisa saber antes de aplicar cosméticos ali

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Muita coisa cabe na distância entre o final da fronte e o início das maçãs, na região dos olhos. Cílios volumosos, alongados ou coloridos. Sobrancelhas penteadas, definidas, descoloridas e até arrepiadas. Delineadores, lápis e sombras nas mais variadas texturas. E, claro, o skincare. No meio de tanta novidade e tendência, há um cuidado que não pode ser ignorado, a segurança dos produtos que aplicamos tão perto dos nossos olhos.

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O motivo é fácil: a região periocular é uma das mais sensíveis do nosso corpo. Ainda assim, cresce o mercado de cosméticos voltados para as pálpebras, cílios e sobrancelhas. Até que ponto tudo isso é seguro? A ELLE Brasil conversou com a médica oftalmologista Fernanda Daroz P. Colombo Barboza, que alerta sobre os cuidados essenciais.

Segundo a especialista, que também é mestre em saúde, o primeiro passo é verificar se a fórmula foi testada oftalmologicamente, a fim de garantir segurança para as estruturas oculares. “Se um produto é considerado testado, quer dizer que foi avaliado por um profissional da área e não causou efeitos adversos relevantes nos testes clínicos realizados. Mas não significa que seja 100% livre de risco para todos”, explica ela.

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Outro critério indispensável é uma composição hipoalergênica, livre de álcool, fragrâncias intensas, parabenos ou conservantes agressivos que podem irritar a mucosa ocular. Além disso, é importante checar seu registro na Anvisa. A ausência de regularização é um forte indício de que o cosmético não passou pelos testes mínimos exigidos no Brasil. 

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Dentro e fora das redes sociais, aqueles produtos que prometem nutrir, fortalecer, alongar e evitar a queda dos cílios e sobrancelhas têm forte apelo. Mas será que essa performance é mesmo necessária? 

“A maioria desses cosméticos atende a uma demanda estética, não a uma necessidade médica. Contudo, em casos específicos, como queda excessiva por blefarite crônica, uso de medicamentos sistêmicos ou após quimioterapia, pode haver indicação”, avalia a dra. Fernanda, que acrescenta: “É importante destacar que muito do que chega às prateleiras é cosmeceutical, ou seja, fórmulas que alegam benefícios biológicos, mas nem sempre têm comprovação científica robusta. Sem testes clínicos ou respaldo técnico, o efeito pode ser mínimo ou placebo”.

Infelizmente, complicações envolvendo o tema não são raras. A especialista relata receber com certa frequência pacientes com blefarite causada por maquiagem mal removida, conjuntivites alérgicas, obstrução de glândulas e irritações corneanas. “Casos mais graves, como úlceras de córnea ou queimaduras químicas, também ocorrem, principalmente após uso indevido de tinturas ou adesivos para cílios postiços”, detalha.

Olhos em alerta

Se ao aplicar um produto nos olhos você sentir ardência, dor, incômodo ou visão embaçada, a recomendação é suspender imediatamente o uso. “Lave os olhos com soro fisiológico, evite coçar e procure atendimento oftalmológico. Em casos de secreção, vermelhidão intensa ou sensação persistente de corpo estranho, não se deve esperar”, orienta a médica. A automedicação, especialmente com colírios, também deve ser evitada já que pode piorar a situação e causar ainda mais danos à córnea.

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