Luisa Mell é a capa da nova Vanity Brasil, e a entrevista que estampa a edição promete ser um marco. Numa conversa onde nenhuma pergunta foi evitada, a ativista mais famosa do país narra em detalhes a jornada de dor, as polêmicas que quase a destruíram e a força que a fez se reerguer para uma nova fase de seu trabalho.
O epicentro da entrevista é sua saída conturbada do instituto que ela mesma fundou. Sua versão dos fatos é direta, sem eufemismos. “Fui muito traída”, diz ela, uma frase curta que carrega o peso de uma ferida profunda. Luisa não mede as palavras para descrever o período: “Tiraram meu chão, tiraram a minha vida. Foi o momento mais difícil da minha vida, sem dúvida alguma. Foram coisas inacreditáveis que eu passei. Cheguei no meu limite.”
A conversa não se esquiva das polêmicas. O resultado da batalha pública foi devastador, e ela expõe essa vulnerabilidade. “O que mais me machucou foi o julgamento de pessoas que não tinham a menor ideia do que eu estava passando, do que eu vivi ali dentro”, desabafa. A pressão cobrou um preço físico: “Fiquei muito doente. Tive um problema sério no estômago, uma gastrite nervosa que não me deixava em paz. Fui parar no hospital algumas vezes”. É quando fala sobre o ódio online que sua voz ganha um tom de resiliência inabalável: “Mas eu não faço pelas pessoas, se não já tinha desistido. Faço pelos animais, porque se eu sou massacrada, eles são muito mais.”
Mas a narrativa de Luisa Mell não é de vitimização. Pelo contrário. Aos 46 anos, ela se define como uma mulher transformada pela dor. “Hoje em dia eu me perdoo mais se eu não consigo atender às expectativas das pessoas ou até às minhas próprias”, confidencia, mostrando uma maturidade forjada no fogo.
Essa transformação ganha forma concreta com seu novo instituto. O ponto de virada, segundo ela, foi a tragédia climática no Rio Grande do Sul, que serviu como um chamado. “Resolvi antecipar tudo, dar esse passo gigante, acreditando que vou conseguir”, revela sobre o projeto que agora incluirá o resgate de animais de grande porte.
A entrevista para a Vanity Brasil, portanto, captura o retrato de uma figura em plena metamorfose. E talvez seja sua confissão mais simples a que melhor resume tudo: “Comecei a ser feliz de novo”. É a declaração que prova que, para ela, apesar das cicatrizes, a luta continua.