Unhas impecáveis por semanas, brilho intenso e resistência a lascas: os esmaltes em gel caíram no gosto daqueles que não abrem mão da manicure em dia, mas prezam por praticidade. No entanto, o uso contínuo desse tipo de técnica tem despertado uma preocupação crescente entre dermatologistas e especialistas: o aumento no número de casos de alergia a esmaltes em gel. Com sintomas que variam de vermelhidão e coceira até descamação severa da pele ao redor das unhas, a reação pode ser intensa, comprometer a saúde cutânea e levar até a problemas respiratórios.
Em junho deste ano, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) chegou a emitir um comunicado expressando sua inquietação sobre o aumento dos casos e alertando que testes alérgicos devem ser realizados somente por médicos, preferencialmente dermatologistas ou alergologistas. “A SBD, por meio de seu Departamento de Alergia e Dermatoses Ocupacionais, vem, por meio desta Nota Informativa, manifestar preocupação diante de publicações veiculadas em redes sociais que orientam manicures e outros profissionais da área de estética a realizarem testes cutâneos em clientes com suspeita de alergia a produtos utilizados na aplicação de unhas artificiais”, dizia a nota.
A instituição defende que o problema está menos na técnica e mais na exposição descontrolada e repetitiva a agentes sensibilizantes, como os acrilatos, substâncias com elevado potencial para desencadear dermatite alérgica de contato e presentes na composição dos esmaltes em gel. “Observa-se, inclusive, um crescimento expressivo nos casos de alergia a essa substância nos últimos anos”, acrescentava o comunicado.
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O que fazer ao identificar os sintomas de alergia a esmaltes em gel?
Se você notar inchaço, coceira, bolhas ou descamação após uma aplicação de gel, o primeiro passo é suspender o uso imediato do produto e procurar orientação médica. A alergia a esmaltes em gel pode se agravar com a repetição do contato com o alérgeno. Retirar o produto com segurança é fundamental: jamais arranque o gel com as mãos ou objetos metálicos, o que pode lesionar ainda mais a pele e a unha.
Em muitos casos, o tratamento envolve o uso de pomadas com corticoides, hidratação intensiva da área e, em situações mais graves, o acompanhamento com alergistas. Mas a boa notícia é que há alternativas viáveis e mais seguras que também oferecem durabilidade e acabamento profissional — sem comprometer a saúde das unhas.
Técnicas alternativas para unhas duradouras
Esmaltação com top coat de longa duração
Marcas nacionais e internacionais vêm investindo em top coats com efeito gel — mas sem os agentes sensibilizantes — que garantem brilho e proteção por até 10 dias. Embora não durem tanto quanto o gel tradicional, esses produtos são livres de tolueno, formaldeído e dibutilftalato, três substâncias com alto potencial alergênico.
Top Coat 3D Gel Una, Natura, R$ 35,90
Unhas em fibra de vidro com esmalte hipoalergênico
A técnica de fibra de vidro proporciona estrutura à unha natural, sendo finalizada com esmaltes livres de compostos químicos agressivos. O visual é semelhante ao do gel, mas com menos risco de reações adversas. O importante é sempre confirmar se os produtos utilizados são certificados e indicados para peles sensíveis.
Praticidade, elegância e zero tempo no salão: as unhas postiças autocolantes se tornaram boas aliadas para quem busca um visual alinhado e sem complicações. Nos últimos anos, elas deixaram de ser um recurso de emergência para se tornarem uma escolha eficiente de quem busca funcionalidade sem abrir mão da estética.
Quando aplicadas corretamente e com os devidos cuidados (como evitar exposição excessiva à água quente ou produtos de limpeza agressivos), essas unhas podem durar semanas com aparência impecável. É importante lembrar que, mesmo sendo descartáveis, há modelos reutilizáveis que permitem mais de uma aplicação.
imPRESS Glazed Donuts, Kiss New York, R$ 35
Esmaltes peel-off
Frequentemente indicados para crianças, os esmaltes peel-off são uma alternativa para quem busca praticidade e quer evitar qualquer tipo de agressão química. Eles duram menos (cerca de cinco a sete dias), mas são fáceis de remover sem a necessidade de acetona ou lixamento — dois fatores que também irritam a pele.
Cuidado contínuo é essencial
Atenção: optar por alternativas menos agressivas não elimina a necessidade de cuidados com a saúde das unhas. Manter uma rotina de hidratação, evitar o uso excessivo de removedores com acetona e dar um intervalo entre aplicações são atitudes simples que ajudam a prevenir problemas a longo prazo. E, quando o assunto é alergia a esmaltes em gel, informação e prevenção são as melhores ferramentas para manter suas unhas lindas e saudáveis.
