Na noite de terça-feira (26.08), Carol Bassi coroou o projeto “Carol Bassi Visita Conrado Segreto” com um desfile na passarela, que conecta o Shopping Cidade Jardim à Casa Fasano, sobre a marginal do rio Pinheiros, em São Paulo.
Carol Bassi, 2025
Foto: Gustavo Ipolito
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A apresentação é parte de uma parceria anunciada em 29 de abril, quando os fundadores da marca, Caio Campos e Anna Carolina Bassi, se juntaram a Rita Segreto, irmã e guardiã do espólio de Conrado Segreto, um dos estilistas mais importantes da moda brasileira no final do século passado.
O intuito era jogar luz na memória do paulistano que criou roupas clássicas, ultrafemininas e com toque de fantasia por oito anos, antes de falecer em decorrência de complicações do HIV, em 1992. Na época, o criador trouxe um contraponto ao minimalismo japonista que dominava às tendências do momento.
Carol Bassi, 2025
Foto: Gustavo Ipolito
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Os resultados desse encontro estão na exposição Conrado Segreto, Agora e Sempre, com peças originais, ilustrações e fotografias do designer, no Atrium do Shopping Cidade Jardim, aberta ao público até 07 de setembro. Interpretações de obras do estilista feitas por estudantes do curso de moda do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo também ficam à mostra na loja Carol Bassi no mesmo shopping.
Por fim, uma coleção-homenagem foi assinada por Julia Segreto, filha de Rita e sobrinha de Conrado. Com passagens pela equipe de estilo da NK Store e da extinta Maria Garcia, de Clô Orozco, a criadora da Huis Clos, Julia virou gerente de pesquisa e desenvolvimento da Carol Bassi por causa do projeto e seguirá na marca. Ela é a responsável pelos 31 looks desfilados por modelos da nova geração e veteranas como Claudia Liz, Silvia Pfeifer e Alessandra Berriel, musas do tio.
Carol Bassi, 2025
Foto: Gustavo Ipolito
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No backstage, antes da apresentação, Julia conta que a pesquisa passou pelos arquivos da família e pelos quatro desfiles de Conrado (na Casa Rhodia, nas escadarias da Fundação Armando Alvares Penteado, no Museu do Ipiranga e na Casa Manchete). A coleção envolve principalmente combinações de tecidos e padronagens. Em entrevista a ELLE Brasil, a jornalista e editora de moda Regina Guerreiro destacou o “talento para misturar” do designer.
Na passarela, bolsas de malha de metal são combinadas à foulard de seda com detalhes de plumas nas pontas. Estampas tradicionais, como pied de poule, poá e vichy entraram em cena juntas. Blusas de gola laço são usadas com mini-shorts e bermudas largas. Uma camisa de algodão piquê e casacos de boucle com abotoamento frontal fizeram as vezes de minivestidos. As opções de vestidos médios e longos ganharam efeito retrô no recorte do decote.
Carol Bassi, 2025
Foto: Gustavo Ipolito
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Há referências aos anos 1950, nos tops com lacinho na frente e na saia rodada. E também dos 1960, como no caso dos visuais Pan Am de silhueta em A com chapéu pillbox. Já as jaquetas e parkas estruturadas, com bolsos duplos na frente e amarração na cintura, trazem um quê safári setentista. Elas são usadas com calças soltas no quadril e afuniladas nas canelas, ecoando o visual saharienne, de Yves Saint Laurent, ídolo declarado de Conrado, assim como Christian Lacroix. Por último, claro, os anos 1980 são vistos nos brincos dourados que lembram botões e nos cintos com fivelas de acrílico.
“Não me senti envergonhada de pegar coisas dele e replicar exatamente como era”, diz Julia. Exemplo disso é o vestido de chiffon de seda com estampa de zebra, reprodução de uma criação de Conrado de 1989. Agora, ele fica mais comprido, porém cruzou a passarela com a mesma modelo que vestiu o original, Alessandra Berriel.
Carol Bassi, 2025
Foto: Gustavo Ipolito
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Outros detalhes revelaram assinaturas de Conrado Segreto, como o uso do rosa e de debruns formando desenhos em preto e branco. Uma estampa de fita referenciou as ilustrações do estilista que era exímio desenhista. O sapato kitten heel puxou o formato de um modelo desenvolvido pelo costureiro no passado. O styling de Flavia Pommianosky e Davi Ramos viraram as golas dos casacos para cima e incluíram cabeças e chapéus (desenvolvidos por Davi), como o canotier, que apontavam para as figuras femininas de Monet, outro preferido de Conrado.
Os desafios de homenagear um estilista famoso pelos volumes exagerados em vestidos sob medida dentro de uma coleção que será escalonada virou uma solução para atualizar o repertório passado. “Ouvi que há muito do Conrado, mas também de mim”, explica Julia. “Sinto que é jovem. Não foi feito para mulheres usarem em eventos tradicionais, mas para meninas como eu se vestirem no dia a dia.”
Curiosamente, as peças conversam com o DNA da Carol Bassi, que tem entre os seus hits de vendas itens como o casaqueto de tweed e a camisa laço. A coleção já está à venda na loja da marca no Cidade Jardim e ficará disponível no dia 2 de setembro, em todas as lojas físicas e e-commerce da casa.
Carol Bassi, 2025
Foto: Gustavo Ipolito
Carol Bassi, 2025
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