O Índice Bovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, encerrou o pregão desta quarta-feira, 30 de julho, em forte alta de +0,95%, atingindo os 133.990 pontos. O desempenho notável desafiou um cenário externo adverso, marcado pela valorização de +1,10% do Índice Dólar (DXY) e por um desempenho misto nos mercados americanos.
O motor da alta foi um fator estritamente local: o alívio dos investidores após a divulgação de que a nova política de tarifas anunciada pelos Estados Unidos poupou setores-chave da economia brasileira.
O dia começou sob forte tensão, com o mercado reagindo negativamente à notícia de um “tarifaço” sobre produtos brasileiros. No entanto, o humor virou drasticamente no meio da tarde, quando se tornou claro que produtos de grande peso na pauta de exportação e no próprio índice, como aviões da Embraer, celulose e petróleo, ficaram de fora da lista de taxação. A reavaliação do risco, de um impacto sistêmico para um setorial, desencadeou um forte movimento de compra.
Para analistas de mercado, o pregão foi um caso clássico de “vender no boato e comprar no fato”. O mercado se antecipou ao pior cenário e, quando a realidade se mostrou menos severa, a força compradora entrou em massa. O ponto mais notável foi a resiliência do índice brasileiro frente à alta de mais de 1% do Índice Dólar, o que demonstra que o fator de alívio local foi tão preponderante que conseguiu anular o que normalmente seria um forte vento contrário para mercados emergentes.
A prova do descolamento do mercado brasileiro em relação ao exterior pode ser vista nos dados de fechamento:
- Ibovespa: +0,95%
- Índice Dólar (DXY): +1,10%
- Dow Jones (US 30): -0,30%
- S&P 500 VIX (Índice do Medo): -3,32%
A forte queda do VIX corrobora a tese de diminuição da aversão ao risco. O desempenho do Ibovespa hoje reafirma como fatores domésticos podem, em circunstâncias específicas, se sobrepor a tendências macroeconômicas globais, definindo a direção do mercado local.
