O flerte entre Ana Luísa Fernandes, da Aluf, com a Renner começou em outubro de 2024, mas a estilista já nutria um interesse em relação à varejista desde a faculdade. Ela fez um curso com a diretora de produto da Renner, que apresentou o setor de sustentabilidade da empresa. “Fiquei encantada. Queria trabalhar com aquilo, mas não sabia como”, relembra.
O conjuntinho da parceria entre Aluf e Renner.
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Quando o encontro aconteceu, a sintonia foi imediata. Democratizar a etiqueta que fundou sempre foi uma das metas da designer. “A Aluf não nasceu para ser inalcançável. Nunca foi esse o objetivo. Os nossos preços são um reflexo de uma produção menor, da qualidade da matéria-prima e por não termos começado com um investidor externo. Fiquei feliz em ter a chance de levar a marca para todo o país. Vestir o Brasil, sabe?”.
Essa é a primeira grande colaboração da Renner com uma etiqueta autoral, uma vez que o foco da empresa sempre foi o licenciamento. “Nunca tivemos uma parceria como esta tomada como uma frente prioritária. Estamos começando a intensificar essa estratégia agora”, diz Julia Lóra, Gerente Sênior de Inovação da Renner.
O sapato da colaboração.
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Ao todo, são 24 peças com os principais códigos da Aluf: volumetria, foco nos quadris, romantismo, feminilidade e manipulação têxtil. Entre elas, estão saias, shorts, blusas, macacões, sapatos, tricôs, camisetas e vestidos. A novidade fica por conta da calça jeans. “Criamos um mix bem potente. Queríamos traduzir a imagem da marca para a cliente da Renner. Levei algumas ideias e eles lapidaram comigo”, explica Ana Luísa.
A novidade chega em um momento especial: a Renner completa 60 anos em 2025. A empresa começou fabricando alfaiataria. A primeira peça produzida foi uma capa masculina, como a usada por viajantes a cavalo. “Pensei: quem seria a mulher que usaria essa capa hoje?”, fala a designer sobre como parte desse legado inspirou a coleção. O resultado do seu questionamento aparece em uma peça modular, que pode ser transformada em colete porque tem mangas removíveis.
O tricô da coleção da Aluf com a Renner.
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Ana Luísa ainda olhou para as suas últimas coleções desfiladas na São Paulo Fashion Week para buscar inspirações. Elas são baseadas no livro Arte como Terapia (2014), de Alain de Botton e John Armstrong, que investiga os sete propósitos da arte. “Pegamos uma modelagem de cada um desses desfiles, para que cada peça narrasse a nossa história.”
A escolha da matéria-prima mais sustentável possível também foi prioridade. Para isso, contou com a EcoSimple como fornecedora, empresa que cria tecidos reaproveitados, orgânicos e naturais. “Um dos meus pedidos inegociáveis era usar tecidos reciclados e não trabalhar com poliéster virgem. Também priorizamos fornecedores nacionais”, afirma.
Julia Lóra, da Renner, completa: “A coleção é superdemocrática, para atender as clientes de todas as regiões do país”. Serão produzidas de 600 a 800 unidades por modelo, com numeração que vai do PP ao GG. Os preços variam entre R$ 99,90 e R$ 459,90. A coleção chega às lojas físicas da Renner – em 32 endereços distribuídos por todas as regiões do país – e ao e-commerce da rede varejista no dia 24 de julho.
A colaboração chega às lojas da rede varejista no fim de julho.
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